Use este identificador para citar ou linkar para este item: https://repositorio.ufc.br/handle/riufc/80754
Tipo: Dissertação
Título: Caracterização das interações entre tubarão-charuto(Isistius spp.) e cetáceos ao longo de uma costa semiárida no Atlântico Equatorial Ocidental(1984 a 2024)
Autor(es): Lima, Mariana Melo Moreira
Orientador: Faria, Vicente Vieira
Coorientador: Carvalho, Vitor Luz
Palavras-chave em português: Lesões epidérmicas;Ectoparasitismo;Elasmobrânquios;Baleias;Golfinhos
Palavras-chave em inglês: Epidermal lesions;Ectoparasitism;Elasmobranchs;Whales;Dolphins
Data do documento: 2025
Citação: LIMA, Mariana Melo Moreira. Caracterização das interações entre tubarão-charuto(Isistius spp.) e cetáceos ao longo de uma costa semiárida no Atlântico Equatorial Ocidental(1984 a 2024). 2025. 64 f. Dissertação(Mestrado em Ciências Marinhas Tropicais) - Programa de Pós-Graduação em Ciências Marinhas Tropicais - Instituto de Ciências do Mar - LABOMAR, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2025.
Resumo: A análise de feridas e cicatrizes em indivíduos in situ ou a investigação de carcaças encalhadas podem ser ferramentas para se estudar as relações predador-presa entre tubarões e cetáceos. Dentre as espécies de tubarões que se alimentam de cetáceos, os tubarões-charuto Isistius brasiliensis e I. plutodus são encontrados em águas epipelágicas e batipelágicas, além de possuírem hábito alimentar oportunista. Apesar do seu comprimento corporal relativamente pequeno (até 560 cm), esses tubarões podem atacar animais marinhos muito maiores, como lulas, grandes peixes ósseos, outros elasmobrânquios, pinípedes e cetáceos. Marcas de mordida do tubarão-charuto podem ser facilmente identificadas nas presas devido ao formato circular característico deixado por sua dentição particular. No entanto, devido à sua distribuição pelágica oceânica, comportamento evasivo e tamanho reduzido, os tubarões-charuto são relativamente pouco encontrados por humanos, o que resulta em lacunas sobre sua biologia e ecologia alimentar. Desse modo, este estudo buscou caracterizar as interações entre o tubarão-charuto e cetáceos na costa semiárida equatorial brasileira. Para isso, encalhes ocorridos ao longo de quarenta anos (1984 a 2024) no litoral do Ceará foram analisados quanto à espécie de cetáceo, condição de saúde do indivíduo e comprimento corporal, além de quantificar as mordidas de tubarão-charuto pelo formato e estágio de cicatrização. Estes dados foram obtidos por meio do monitoramento realizado pelo então Grupo de Estudos de Cetáceos (GECC) e pela subsequente ONG Associação de Pesquisa e Preservação de Ecossistemas Aquáticos (Aquasis). Por fim, o comprimento corporal de indivíduos de I. brasiliensis foi estimado ao mensurar-se mordidas circulares e frescas. Dos 1.070 registros de cetáceos encalhados analisados, 4,86% (n = 52) apresentaram marcas causadas por tubarão-charuto. Destes, houve uma predominância de predação em espécies de hábito oceânico e que apresentam comportamento gregário e com estratégias de forrageio em águas demersais, como Peponocephala electra, Stenella clymene, S. attenuata e Globicephala macrorhynchus. A observação de mordidas frescas causadas pelo tubarão-charuto, associada à ausência de um padrão espaço-temporal claro de encalhes com marcas, pode indicar a presença permanente de tubarões do gênero Isistius spp. na costa Atlântica equatorial semi-árida brasileira. Ademais, por meio da estimativa de comprimento corporal de I. brasiliensis, houve o indicativo de predominância de indivíduos imaturos na região. Associado a isso, a identificação de espécimes abaixo de 140 mm pode indicar que a costa Atlântica semiárida equatorial seja uma área de berçário de tubarões-charuto no Brasil.
Abstract: The analysis of wounds and scars on in situ individuals or the investigation of stranded carcasses can serve as tools to study predator-prey relationships between sharks and cetaceans. Among the shark species that prey on cetaceans, the cookiecutter sharks Isistius brasiliensis and I. plutodus are found in epipelagic and bathypelagic waters and exhibit opportunistic feeding behavior. Despite their relatively small body length (up to 560 cm), these sharks are capable of attacking much larger marine animals, such as squids, large bony fishes, other elasmobranchs, pinnipeds, and cetaceans. Cookiecutter shark bite marks can be easily identified on prey due to the characteristic circular shape left by their distinctive dentition. However, due to their oceanic pelagic distribution, elusive behavior, and small size, cookiecutter sharks are relatively infrequently encountered by humans, resulting in knowledge gaps regarding their biology and feeding ecology. Therefore, this study aimed to characterize interactions between cookiecutter sharks and cetaceans along the equatorial semi-arid coast of Brazil. To this end, strandings recorded over a forty-year period (1984 to 2024) along the coast of Ceará were analyzed with regard to cetacean species, health condition of the individual, and body length, in addition to quantifying cookiecutter shark bites based on shape and healing stage. These data were obtained through monitoring conducted by the former Cetacean Study Group (GECC) and the subsequent NGO Aquatic Ecosystems Research and Preservation Association (Aquasis). Finally, the body length of I. brasiliensis individuals was estimated by measuring fresh circular bite wounds. Of the 1,070 stranded cetacean records analyzed, 4.86% (n = 52) presented marks caused by cookiecutter sharks. Among these, predation was predominantly observed in oceanic species that exhibit gregarious behavior and forage in demersal waters, such as Peponocephala electra, Stenella clymene, S. attenuata, and Globicephala macrorhynchus. The observation of fresh bites caused by cookiecutter sharks, coupled with the absence of a clear spatiotemporal pattern of strandings with such marks, may indicate the permanent presence of sharks of the genus Isistius spp. along the semi-arid equatorial Atlantic coast of Brazil. Moreover, through the estimated body length of I. brasiliensis, the data suggest a predominance of immature individuals in the region. In addition, the identification of specimens under 140 mm in length may indicate that the equatorial semi-arid Atlantic coast serves as a nursery area for cookiecutter sharks in Brazil.
URI: http://repositorio.ufc.br/handle/riufc/80754
ORCID do(s) Autor(es): https://orcid.org/0000-0001-8259-1198
Currículo Lattes do(s) Autor(es): http://lattes.cnpq.br/2353018019252023
ORCID do Orientador: https://orcid.org/0000-0002-7984-6417
Currículo Lattes do Orientador: http://lattes.cnpq.br/4111116435577475
ORCID do Coorientador: https://orcid.org/0000-0001-6765-0559
Currículo Lattes do Coorientador: http://lattes.cnpq.br/3766149507091217
Tipo de Acesso: Acesso Aberto
Aparece nas coleções:LABOMAR - Dissertações defendidas na UFC

Arquivos associados a este item:
Arquivo Descrição TamanhoFormato 
2025_dis_mmmlima.pdf2,08 MBAdobe PDFVisualizar/Abrir


Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.